A indústria do plástico “compostável” tem enganado governos e consumidores, promovendo seus produtos como solução ambientalmente amigável em legislações e escolhas de compra. Para isso, ela se vale de uma exigência conveniente: um prazo de apenas 180 dias para comprovar a biodegradação. Esse critério, imposto por empresas de compostagem industrial, aplica-se a plásticos ditos “compostáveis”, projetados para se degradar em instalações industriais específicas. No entanto, essa característica é irrelevante para o problema real enfrentado pelos governos: a poluição por plásticos em ambientes abertos, como oceanos, rios e solos.
A verdade é que esses plásticos só são biodegradáveis em condições controladas de compostagem industrial. O termo “compostável” é enganoso, pois sugere que o material se transformará em composto nutritivo. Na realidade, as normas exigem que 90% do material se converta em CO2 em 180 dias, o que não contribui para a formação de composto e, portanto, não agrega valor ao solo.
Além disso, esses plásticos não são recicláveis junto aos plásticos convencionais, o que os exclui da economia circular. Em vez de promover sustentabilidade, eles perpetuam o desperdício de recursos, seguindo o modelo da economia linear.
É hora de esclarecer a verdade sobre os plásticos “compostáveis” e suas limitações. Vamos entender melhor como esses materiais funcionam e por que sua biodegradação depende exclusivamente de instalações industriais.
Bioplásticos à Base de Amido, os equivocadamente chamados de compostáveis. Saiba a verdade sobre eles.
- Composição
- Bioplásticos à base de amido, PLA, PBAT etc:.
- Derivados de materiais vegetais renováveis (ex.: amido de milho, arroz, cana-de-açúcar).
- Contêm até 16.000 compostos químicos, incluindo plastificantes tóxicos como ftalatos e bisfenóis, semelhantes aos plásticos convencionais.
- Usados em roupas de fast fashion, lenços umedecidos, canudos, talheres e embalagens em geral.
- Vantagem alegada: Uso de fontes renováveis reduz a dependência de combustíveis fósseis.
- A verdade: Bioplásticos são frequentemente promovidos como “verdes” por sua origem vegetal, mas sua composição química é semelhante à dos plásticos convencionais.
2. Toxicidade
- Bioplásticos à base de amido:
- Estudo de 2025 em camundongos (exposição de 3 meses) confirmou toxicidade: microlesões em fígado, ovários e intestinos; alterações metabólicas; desequilíbrios na microbiota intestinal ligados a riscos cardiovasculares; e perturbações em vias genéticas.
- Contêm ftalatos e bisfenóis, associados a câncer e distúrbios hormonais.
- Microplásticos provenientes de bioplásticos (ex.: lavagem de roupas) contaminam alimentos e água, representando riscos de ingestão.
3. Biodegradação
- Bioplásticos à base de amido:
- A prometida biodegradação é limitada, exigindo condições específicas (ex.: compostagem industrial), que nem sempre estão disponíveis.
- Produzem microplásticos durante a degradação, contribuindo para a poluição ambiental.
- Bioplásticos: Biodegradação limitada em condições reais e microplásticos persistentes comprometem suas alegações de sustentabilidade.
- A verdade: Bioplásticos são assumidos como prontamente biodegradáveis, mas evidências mostram o contrário.
4. Impacto Ambiental
- Bioplásticos à base de amido:
- Produção (2,5 milhões de toneladas métricas em 2024) sobrecarrega recursos agrícolas (ex.: milho, cana-de-açúcar), podendo competir com a produção de alimentos.
- Microplásticos e resíduos tóxicos contribuem para a contaminação de solos, água e cadeias alimentares.
Bioplásticos: Benefícios ambientais são superestimados devido à degradação lenta e toxicidade.
Conclusão
A toxicidade confirmada dos plásticos “compostáveis”, a sua degradação lenta e nenhuma contribuição para o solo composto desmentem sua reputação de sustentabilidade.