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Resumo do Conteúdo
O relatório “Addressing Persistent Plastic Pollution: The Case for Biodegradable Solutions”, produzido pelo Grupo de Trabalho de Bioeconomia Circular do BB-REG-NET em outubro de 2025, é uma análise detalhada sobre o papel dos materiais biodegradáveis na mitigação da poluição por plásticos persistentes, com foco na formação e impacto de microplásticos no ambiente aberto. Baseado em uma revisão de literatura, entrevistas com stakeholders e dados de pesquisas como o Bio-Barometer Survey, o documento responde a preocupações do governo do Reino Unido sobre padrões para plásticos bio-baseados, biodegradáveis e compostáveis, destacando a necessidade de evidências robustas para evitar a fragmentação em microplásticos persistentes.
O conteúdo é estruturado em seções principais:
– Introdução e Contexto: Define microplásticos (partículas plásticas menores que 5 mm) e nanoplásticos, explicando suas fontes (primárias, como manufaturadas intencionalmente, e secundárias, de fragmentação de itens maiores). Discute como os plásticos entram no ambiente (intencionalmente ou não) e seus impactos em ecossistemas terrestres, aquáticos e atmosféricos, incluindo disrupções no solo, redução da retenção de água, prejuízos ao crescimento de plantas e riscos à saúde humana (por carregar poluentes orgânicos persistentes e metais pesados). Aborda regulamentações recentes, como a Comissão Europeia (EU) 2023/2055, que restringe microplásticos intencionalmente adicionados, e medidas no Reino Unido, como a proibição de microbeads em 2018 e discussões sobre filtros em máquinas de lavar para microfibras.
– Degradação de Plásticos: Compara a quebra de plásticos convencionais (que persistem por décadas, acumulando microplásticos) com biodegradáveis (projetados para serem decompostos por microrganismos em CO₂, água, biomassa e metano, em condições aeróbicas ou anaeróbicas). Fatores como temperatura, umidade, UV e atividade microbiana influenciam a biodegradação.
– Estudos de Caso:
– Filmes Mulch Agrícolas: Usados para suprimir ervas daninhas e conservar umidade, os biodegradáveis (certificados pela EN 17033:2018) são arados no solo e degradam em até 24 meses, alcançando equilíbrio entre aplicação e mineralização, ao contrário dos convencionais que poluem o solo a longo prazo.
– Protetores de Árvores (Tree Guards): Protegem mudas, mas os plásticos convencionais são difíceis de remover. Os biodegradáveis decompõem naturalmente, alinhando-se a diretrizes de silvicultura sustentável, embora demorem mais em condições frias.
– Plásticos Compostáveis: Projetados para compostagem industrial (EN 13432:2000, exigindo 90% de mineralização em 6 meses), degradam em condições controladas. Discute detecção de microplásticos em compostos, estudos industriais e caseiros, impactos no solo e ambientes marinhos, e digestato de digestão anaeróbica. Resíduos podem persistir se ciclos forem incompletos, mas continuam a degradar.
– Anexos: Inclui resultados do Bio-Barometer Survey (preocupações como gerenciamento de fim de vida e formação de microplásticos) e metodologia da revisão de literatura.
O relatório enfatiza que plásticos biodegradáveis não são uma solução perfeita, mas oferecem uma alternativa sustentável quando usados corretamente, com base em padrões verificáveis e pesquisas reais.
Resumo da Conclusão
A conclusão reforça que evidências de estudos em agricultura, silvicultura e compostagem mostram que plásticos biodegradáveis, com uso adequado e frameworks regulatórios de suporte, podem mitigar impactos ambientais a longo prazo, reduzindo a acumulação de microplásticos persistentes. Embora formem microplásticos temporários durante a fragmentação, esses são transitórios e mineralizados por microrganismos naturais, ao contrário dos convencionais que se acumulam indefinidamente. Um equilíbrio dinâmico é alcançado entre introdução e degradação, especialmente em ambientes microbianos ativos. Plásticos certificados passam por testes de biodegradação e ecotoxicidade, e muitos são bio-baseados, com menor impacto ambiental que os derivados de fósseis.
Para avançar, o relatório recomenda ações integradas:
1. Colaboração mais próxima entre policymakers, reguladores e indústria para compartilhar conhecimento.
2. Estabelecer padrões de biodegradação específicos por aplicação (ex.: adotar EN 17033:2018).
3. Apoiar pesquisas sobre prazos aceitáveis de mineralização em condições reais.
4. Financiar estudos de longo prazo sobre o destino ambiental de micro e nanoplastics biodegradáveis.
5. Monitorar acumulação no solo para aplicações sem padrões, comparando com plásticos convencionais.
6. Desenvolver um framework global de monitoramento de microplásticos em solo, água e ar.
7. Padronizar métodos de detecção e relatórios para comparabilidade científica.
8. Esclarecer comunicações sobre claims de biodegradabilidade, exigindo evidências e certificações claras.
Os autores defendem que plásticos biodegradáveis promovem uma bioeconomia circular e sustentável, equilibrando economia, desempenho e objetivos ambientais, mas requerem colaboração contínua para evitar riscos não intencionais.