Você ainda acha que sacolas compostáveis ​​são mais ecológicas que as de plástico? Você pode estar caindo em uma mentira bem embalada. 

Vamos destrinchar usando Análise do Ciclo de Vida (ACV) — não suposições, nem marketing. 

1. Sacolas plásticas de 120 mícrons (PEAD): • Matéria-prima: Feitas de PEAD de alto peso molecular — derivado do etileno, um composto produzido pelo craqueamento a vapor de petróleo bruto ou gás natural. • Consumo de energia: Menor do que muitas alternativas, especialmente em escala industrial. • Durabilidade: Alta. Essas sacolas não são descartáveis ​​por design, pois são feitas de PEAD; elas podem sobreviver de 50 a 100 reutilizações. • Fim da vida útil: Recicláveis ​​nos sistemas de resíduos formais e informais do Brasil, apoiados por um mercado de reciclagem de plástico bem estabelecido. • Impacto ambiental: Cai drasticamente com a reutilização. 

2. Sacolas compostáveis ​​(misturas de PLA, PBAT ou amido de milho): • Matéria-prima: Feitas de biomassa como milho e cana-de-açúcar • Consumo de energia: Surpreendentemente alto. Exige múltiplas etapas industriais — como a fermentação de açúcares, a polimerização do ácido láctico e a mistura com aditivos — todas elas intensivas em energia. Ao contrário dos plásticos de origem fóssil, que provêm de craqueamento e polimerização diretos, os bioplásticos envolvem o cultivo de culturas, o processamento de biomassa e a sua conversão em polímeros, o que consome mais água, terra e energia por kg de material. • Durabilidade: Fraca. A maioria rasga-se sob carga (a atual no mercado). • Fim da vida útil: O verdadeiro problema — necessitam de instalações de compostagem industrial, das quais o Brasil carece em escala. Muitos deles não recebem composto nem mesmo em composteiras domésticas. Em aterros sanitários, comportam-se como plástico. Pior? Confundem os separadores nos centros de reciclagem e contaminam os fluxos de reciclagem de plástico. • Impacto ambiental: A baixa reutilização, o descarte pouco claro e a má gestão tornam-nos um fardo, não uma solução. 

Então, o que é melhor? No cenário atual do Brasil, um saco plástico reutilizado de 120 mícrons causa menos danos ambientais do que um saco compostável de uso único. Mas aqui está a verdade mais profunda: a sacola mais ecológica não é aquela compostável . É aquela que nunca é jogada fora. E se for, que seja biodegradável no ambiente em que foi indevidamente descartada. Como é o caso das recicláveis e biodegradáveis, sem deixar microplásticos para trás, certificadas pela BPA e InBioPck. Leve sua própria sacola, aquela de plástico resistente e biodegradável, e use-a até que se desgaste.

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